Sunday, June 03, 2007

Barco parado não faz viagem


Creio que foi o suficiente. Durante alguns meses andei ao sabor do vento, à vontade do plano. Resumindo, andei à mercê de um destino desconhecido.
Urra Urra!
Hip Hip!
Também não resulta!
Apesar de toda a não felicidade, há um grande contentamento.
Foram um sei quantos de anos a seguir as regras básicas sem sucesso. Na altura em que dou o beneficio da duvida, na altura em que dou uma oportunidade ao “laissez faire”, ao deixa andar, ao “go with the flow” a verdade é que – tal como eu suspeitava – as coisas não correram melhor. Tive, porém, a mente mais aberta possível e disposta a aceitar onde os meus passos me levavam. E, mesmo assim, não me levaram onde eu queria estar.

Não quer dizer que não me tenham levado mais perto.
Isso é outra coisa. Bem diferente, aliás.

Talvez seja por teimosia.
Por talvez não querer dar a mão à palmatória ao nunca ter aceite o desafio de ter tomado o risco de ir ao sabor do vento.

Sempre vivi com a certeza de que somos nós que fazemos o nosso destino, e na maior parte das vezes, nascemos com ele. Caso queiramos lançar a nossa vida em frente, sempre fui da opinião de que temos que jogar os dados, o peão da nossa própria vida.
Viver o dia a dia ao sabor do vento onde não somos nem tidos nem achados nos eventos da nossa vida, onde vamos caminhando pelo o que é mais óbvio, nunca foi a minha forma de vida. E eu julgava que poderia estar errada. Mas, não estava. Não estou.

Deixei ir-me na corrente do rio. Tranquilamente. Confesso.
No entanto acontece sempre aquele tal momento, em que sabemos que rio por rio, preferimos caminhar pela margem. Mesmo que o caminho seja mais sinuoso, mesmo que deixemos para trás uma réstia de conforto e aconchego emocional.

Cresci imenso neste último ano.
Sinto-o, não nos meus ossos, mas no meu coração, no meu ser, naquilo que me é mais essencial.
Percebo tão muito mais sobre certas coisas, compreendo outras mais. Acima de tudo, vivo o meu ser de uma forma muito mais verdadeira e compreendo cada vez mais o que sou, como sou. Acima de tudo isso.

São as coisas que mais nos podem fazer sofrer, aquelas com as quais mais aprendemos e evoluímos. Tudo o resto são apeadeiros no caminho desta vida que temos que viver. Em doce reverso da medalha… também esses são os momentos que mais felicidade nos trazem. Doce e amargo, prisão e liberdade, dor e felicidade … como uma qualquer história de amor eterna.