Sunday, August 20, 2006

Obituary



Druiel Ibsen Amado
07 Fev. 1972 – 19 Ago 2006-08-21


Sonhadora romântica, fotógrafa de raro talento e impetuosidade, responsável pela inovação da relação entre a fotografia e o mundo da música.


Ela era uma notável boémia, com um entusiasmo pela vida e vivi-a de uma forma única, original e que contagiava os demais. Pelo mundo inteiro por onde trabalhou, deixou uma legião de amigos e de admiradores. Lésbica assumida, nunca deixou de reclamar o direito à igualdade e tornou-se numa das caras mais conhecidas do secreto Lobby Gay.

Druiel Ibsen Amado nasceu em 1971 em St.Ives, Cornualha, Inglaterra. A sua mãe era de origem Inglesa, de St. Ives, uma pequena vila piscatória no sudoeste, viria a ser a maior influência na sua vida. O seu pai era português, de St. André. Filho de um armador, que um dia enviou o filho para a Cambridge University, a mesma onde viria a conhecer a mãe de Druiel. Os dois viveram felizes e extremamente apaixonados até ao último dia. A família toda, que incluía Druiel e mais 3 irmãs, começaram por viver em St.Ives, depois Londres até que Druiel, duas das suas irmãs (Margot e Mariana) e os pais vieram morar para Portugal. Os pais viriam a falecer num incêndio, quando a casa na quinta do Meco ardeu devido às velas que os pais tinham acendido no jardim.

Druiel tinha 32 anos, vivia em Londres – já há 14 anos – onde a sua carreira tinha acabado de atingir a fama. Ela frequentou a Art and Image University of London e o Camberwell College of arts, mas sem grandes ambições académicas. Com uma grande tenacidade e habilidade, ela foi conquistando o seu lugar de direito no jornalismo fotográfico. Em vez de lutar – como faziam os outros aspirantes – junto das maiores revistas e jornais da capital inglesa, ela começou por trabalhar em jornais locais nos subúrbios de Londres para ganhar prática e conhecimento sobre os bastidores dos concertos.

Porém os tempos nem sempre foram auspiciosos, após algumas retiradas furtivas para Portugal onde tentou desenvolver outro aspecto da sua fotografia o Nu feminino, em 1998 Druiel volta para Londres e com renovada energia volta a apostar numa carreira como fotógrafa. Após ter travado conhecimentos com alguns artistas que viviam nos subúrbios dos jornais para os quais trabalhava – pedindo entrevistas e sessões fotográficas para o jornal – conseguiu conquistar a admiração de uns poucos artistas que tinha fotografado. Boy George, Mick Jagger, os irmãos Gallagher e a Mel C foram apenas alguns dos seduzidos.

Ao mesmo tempo que Druiel emergia no reconhecimento público do seu talento fotográfico, o público cada vez mais compreendia o porquê do sucesso de Druiel, o magnetismo que tinha nas pessoas, na forma como lidava com elas. Lamentavelmente, ela nunca viria a conseguir aplicar esse mesmo magnetismo à sua vida pessoal. Ao contrário da história de contos de fadas dos seus pais, Druiel não realizou o outro sonho da sua vida que foi viver o amor tal como sonhava. Após vários desaires amorosos, nos últimos anos de vida não se lhe conhece nenhum relacionamento.

Druiel deixa publicados três livros: “the eye of the beholder”, 2001; “V & Clict”, 2002 e “I dare”, 2004 sendo este ultimo utilizado hoje nas aulas de fotografia do Camberwell arts College. Para alem destas publicações, Druiel deixa um portfolio de uma grandeza irrefutável nos arquivos de revistas como Rolling Stone, Melody Maker, NME, Vogue, Vanity Fair e entre outras Life.

Extremamente humanista e filantrópica usou os lucros do seu livro “V & Clict” para erguer a Fundação Rainbow Chassers, uma fundação para ajudar mulheres lésbicas nas suas necessidades, sejam elas quais forem, desde apoio psicológico a apoio financeiro em casos de descriminação.

Tal como em tudo na sua vida, o fim foi repentino e inesperado. Ela ia buscar material para uma sessão fotográfica em Sintra, quando o seu Nissan Navarra despistou-se na estrada sinuosa. Druiel foi encontrada sem vida ao volante do veículo, apesar do violento acidente, o mp3 da pick up continuava a tocar, ironicamente a musica era This war is Over de Melissa Etheridge.

As suas 3 irmãs Margot de 52, Vivianne de 44 e Mariana de 39 sobrevivem-lhe, bem como os seus 4 sobrinhos e 3 sobrinhas.


To be continued...

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

mas...

12:39 AM  

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